cesarianas
Algo de errado se passa com as mulheres e certamente com os médicos deste país.
Quase todas as gravidezes que acompanhei terminaram em cesariana, sendo que apenas uma era uma cesariana programada.
Quer-me parecer que é um misto de as mulheres terem falta de confiança na sua capacidade de parir e o medo que os médicos têm do suposto risco clínico (e também não deve ajudar fazerem-se induções quando o corpo da mulher ainda não está preparado para isso, sejam elas às 37 ou às 39 semanas).
E quanto mais cesarianas acontecem à minha volta mais eu penso num "será que" no nascimento do gabriel...
E já agora, muitos parabéns à tatas, a última das gravidezes que acompanhava junto com a minha. Bem-vindo Vasco :D
Quase todas as gravidezes que acompanhei terminaram em cesariana, sendo que apenas uma era uma cesariana programada.
Quer-me parecer que é um misto de as mulheres terem falta de confiança na sua capacidade de parir e o medo que os médicos têm do suposto risco clínico (e também não deve ajudar fazerem-se induções quando o corpo da mulher ainda não está preparado para isso, sejam elas às 37 ou às 39 semanas).
E quanto mais cesarianas acontecem à minha volta mais eu penso num "será que" no nascimento do gabriel...
E já agora, muitos parabéns à tatas, a última das gravidezes que acompanhava junto com a minha. Bem-vindo Vasco :D
12 Comments:
obrigada!!
no outro dia, num grupo de mulheres quase todas com mais de um filho eu era a única com dois partos normais. só uma delas tinha sido tb parto normal e tinha um filho.
tudo o resto cesarianas.
(e estive com a mesma médica em ambos...nunca se colocou a hipótese nem antes nem durante o trabalho de parto e foram completamente distintos: um induzido, outro a chegar ao hospital com 5 dedos)
aqui so induzem o parto as 42 semanas ou se extritamente necessario, mais de 40% dos bebes ainda nasce em casa. o acompanhamento da gravida faz-se por parteiras, tres, assim apanha-se sempre uma conhecida no dia do parto. a dilatcao e feita em casa, a parteira vem tocar e so com seis dedos se vai para o hospital, nao ha epidurais, nem clisteres, nem raspagem de pelos publicos, nem ctg's, nem soros. tudo muito natural ao sabor de cha para o pai e musica. se tudo corre bem, o bebe esta com boa temperatura passadas tres, quatro horas voltamos para casa, onde nos espera uma enfermeira que nos ajuda 8 dias por semana, a 8 horas por dia a fazer tudo, nao so a cuidar do bebe, como a passar a ferro se necessario ou ir buscar o irmao mais velho a creche. custos: 0 euros, o seguro (unico sistema de saude) paga.
Ai ai....como este país é ainda tão atrasado!!!
Mas também quando leio (como já li neste blog) que o parto é um acto medico e não algo natural, fico a pensar como as pessoas têm também tendência a pensar que os médicos é que sabem.
É certo que sabem mais do que nós (de medicina), mas não sabem tudo e não são deuses.
Aliás, saiu uma noticía relativamente ao Boom de cesarianas no Publico on-line.
Esta situação é mais problemática a nível do privado, onde, como se sabe, o médico e o hospital têm muito mais lucro se for cesariana do que parto natural.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1293644&idCanal=undefined
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1289032&idCanal=undefined
2 noticias sobre o assunto.
Muito sinceramente, acho que isso também se deve ao facto de cada vez mais, as mulheres serem acompanhadas no sistema de saúde privado. Aí os médicos, muitas das vezes porque lhes interessa do ponto de vista lucrativo, não têm tanto pejo em fazer cesarianas. Fazem-nas muitas vezes a pedido da própria grávida só porque sim.
Porque a experiência que tenho dos hospitais públicos ( e claro que às vezes tb caem no extremo oposto de esperar demais) é que evitam a todo o custo avançar para cesariana.
Também não concordo que se provoque o trabalho de parto antes do corpo dar sinais de q está preparado (a ñ ser que hajam riscos para a mãe ou para o bebé), mas isso acontece ca da vez mais frequentemente.
Só para acrescentar que tive o meu filho mais velho às 40 semanas, num hospital público,parto normal com epidural. Fizeram-me episiotomia...único lamento meu. Mas parece que tinha mesmo de ser.
A minha filha, 2ª, nasceu com 40 semanas e 2 dias. Parto normal sem epidural ( e hoje digo que preferi mil vezes não ter levado anestesia).
Tb no mesmo hospital público.
Só acho que a nível da posição de nascimento devia haver mais flexibilidade por parte dos hospitais. Deitada era a posição em que menos me apetecia estar durante as contracções.
Também o meu parto terminou em cesariana... as minhas aguas rebentaram na sexta feira as 7h da tarde e so comecei a ter contracções com parto induzido as 7h da manhã, fui para cesariana ao meio dia porque ainda so tinha 5 dedos de dilatação e já estava ha 14 horas com asaguas rebentadas...
Também já tinha reparado nisso..que se passa!?
O meu parto, foi induzido..às 39 semanas e acabou em cesariana.
Sonia...que sonho esse país :)
beijocas grandes
Também muitas vezes me questionei sobre tal facto. E posso até pensar que no privado se poderão fazer cesarianas olhando mais aos cifrões do que às condições clínicas. Mas é importante salientar a importância da cesariana e deixar de contribuir para o mito da naturalidade do parto. Nascer é tão natural quanto morrer, e nem por isso deixamos de colocar pacemakers a quem o coração não quer funcionar.
E pegando no exemplo holandês dado aqui em cima:
Dados de 1999:
Em Portugal, a taxa de mortalidade fetal (gravidezes de mais de 28 semanas) é de 4.3 em cada mil casos; na Holanda, o caso acima referido, é de 4.6 em cada mil casos.
A taxa de mortalidade neonatal (nas primeiras 168 horas de vida) em Portugal é de 2.5 em cada mil; na Holanda é de 3.5 em cada mil.
A taxa de mortalidade que reúne ambas as situações anteriores representa 60% da taxa de mortalidade infantil na Holanda. Contudo, nem sempre os nados-vivos que morrem imediatamente após o parto entram nas estatísticas como nados-vivos, o que significa que a taxa poderá na realidade ser superior a esta.
Ainda sobre Portugal (1989 – antes da reforma; 2003 – 13 anos após a reforma):
Após a reforma do atendimento ao nascimento, entre 1987 e 1990, o número de partos hospitalares passou de 74% para 99%. Consequentemente, a taxa de mortalidade para a mãe caiu de 9.2 em cada 100.000 partos (1989) para 5.3 (2003). A taxa de mortalidade neonatal baixou de 8.1 em cada 1000 (1989) para 2.7 (2003). A taxa de mortalidade infantil de 12.2 (1989) em 1000 para 4 em 1000 (2003).
Resumindo e baralhando:
A cesariana permite em muitos (se não na maioria) salvar vidas: da mãe e do feto. Um dos casos é quando o corpo da mulher não permite a dilatação por vezes devido a malformações próprias (ósseas, por exemplo).
O parto é induzido antes do termo quando as condições in utero são desaconselháveis ou colocam em risco a vida do feto (como ausência de líquido amniótico suficiente ou quando o bebé pára de aumentar de peso o que pode ser indicador de sofrimento). Existem ainda outros motivos, mas isto está a ficar longo.
Parir é sempre parir, seja pelo sítio que for. Há casos de trabalhos de parto que duram tantas horas, para evitar uma cesariana, que acabam por deixar marcas psicológicas atrozes na mulher, além de se correr uma série de riscos – de morte. Quando eu tive a minha, uma parceira de quarto estava sem o bebé dela. Estava nos cuidados intensivos. Às 35 semanas decidiram que o parto havia de ser normal, embora o bebé não estivesse encaixado nem pronto a nascer embora as águas tivessem rebentaram. Ela esteve em trabalho de parto mais de 30 horas. O bebé foi retirado com fórceps e sofreu sequelas devido ao trabalho de parto. Tudo porque a equipa médica que ela apanhou optou por não avançar para a cesariana.
E para terminar, se eu vivesse na Holanda a minha filha faria parte da estatística de morte neonatal - porque aparentemente estava tudo bem; mas ela não tinha às 41s líquido nenhum e a ecografia revelou que estava a perder peso.
Beijinhos
olha que eu nem sei bem o que aconteceu, comecei com contracções naturalmente, tive consulta de rotina no medico e ele mandou-me logo para a maternidade, mal cheguei rebentaram as aguas, comecei a dilatar, cheguei aos 7 dedos e pedi epidural, sou uma maricas eu sei :$ :$, e como reacalçao a isso o colo começou a ficar rijo rijo e não passou daí pelo que fui logo para cesariana, o que até acabou por ser bom por assim descobriram-me um problema num ovario que acabei por ter que tirar :( fez-me mta peninha mas antes assim do que ter que um dia ser operada de urgencia de novo e ter que passar por isto tudo outra x, e perdi um ovário mas ganhei um filho lindo :') que não vomita suplemento e o meu leite que não sobe... enfim.. stresses e ainda agora comecei esta aventura ;)
Se vocês soubessem o que é ver um filho num caixãozinho pequenino...
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