wishlist do parto
Preferia que não me marcassem uma indução de parto nem efectuassem no toque um descolamento de membranas para acelerar o processo (é possível que para o final mude de ideias em relação ao descolamento de membranas).
Gostava de ter permanentemente uma pessoa a apoiar-me, alguém que compreenda as minhas necessidades, que conheça todo o processo do parto, os seus procedimentos e me ajude a defender os meus interesses.
Preferia que fosse num local onde eu tenha um quarto só para mim, que o bebé esteja sempre comigo.
Preferia que não me colocassem cateter com soro e outras substâncias intravenosas (entre outras coisas as minhas veias entopem rapidamente e a mão e o braço ficam imediatamente muito inchados)
Gostava que não me impedissem de beber água e ingerir comidas leves (tipo uma torrada), caso tenha sede e fome.
Gostava de poder andar de um lado para o outro, tomar um banho, etc e não estar presa à cama, deitada e com um ctg permanente.
Gostava de conseguir aguentar as dores sem epidural, mas que exista a possibilidade de eu mudar de ideias e querer a epidural (dada aos 4 dedos dilatação)
Gostava que fossem feitos todos os possíveis para evitar a episiotomia.
Após o parto gostava de ter logo o bebé comigo e dar-lhe de mamar (antes de o levarem para lavar, vacinas, etc).
Gostava que a bolsa de águas rompesse naturalmente.
Indução, aumento e estimulação do parto devem ser reservados a casos de verdadeira necessidade médica (oxitocina, pictocina, rompimento da bolsa, etc).
Não cortem o cordão umbilical antes deste deixar de pulsar.
As visitas deverão ser conforme o desejo da mãe, só as pessoas que eu quiser ver, durante o tempo que eu as quiser ver, à hora que eu as queira ver.
Falámos com a médica sobre algumas destas coisas. Em relação a indução, rompimento de bolsa e episiotomia ela garantiu que são procedimentos feitos apenas em casos de necessidade médica. No entanto recusou-se a admitir que por vezes são feitos por norma e ainda acrescentou que no caso de primíparas a episiotomia é sempre efectuada*. (esperemos que a conversa seja diferente na CUF, mas duvido já que as duas médicas são da mesma geração e ex colegas).
Sobre o catéter com soro e o CTG é que a conversa foi muito deprimente. Eu compreendo os pontos de vista médicos, mas não consigo concordar em absoluto com eles.
Em relação ao soro os argumentos da médica são de que, caso aconteça alguma emergência deverá existir uma via aberta para ser mais simples, fácil e rápida a administração de qualquer substância por via intra-venosa. Diz ela que se a mulher estiver em choque é muito mais difícil encontrar a veia.
Agora pergunto eu: sabendo já por experiência que as minhas veias com catéter lá colocado entopem rapidamente, o que aconteceria se me pusessem um catéter no início do trabalho de parto e passado algumas horas algo corresse mal e tivessem realmente que utilizar o dito catéter para administração de qualquer substância e o encontrassem entupido? Será mais simples, fácil e rápido colocarem um catéter de raiz ou ter de andar a desentupir com soro ou até retirar um catéter entupido e colocar outro e procurar uma outra veia?
Sobre o CTG diz a médica que é norma colocarem as mulheres em trabalho de parto com CTG permanente. Ou seja, vais parir ficas aí quietinha, deitadinha, sem te mexeres, até a coisa evoluir. Como tal não podes andar de um lado para o outro para aliviar as dores e aproveitares a força da gravidade para que o trabalho de parto seja mais rápido.
Porquê o CTG permanente? Para monitorizar o estado do bebé.
Porque não CTG por X tempo de vez em quando? Tem de ser permanente. Porque acha que em Portugal temos a taxa mais baixa de mortalidade infantil?
Agora pergunto: Falaram-me que na MAC já têm um novo serviço XPTO que monitoriza centralmente todos os resultados de CTG das várias mulheres em trabalho de parto, mas certamente que isto não acontece em todo lado. Nos outros sítios a mulher está sozinha no quarto com o CTG ligado. Se realmente algo de grave se alterar no estado do bebé, acham que a mulher percebe e chama logo alguém?
* sempre efectuada porque pelos vistos será melhor um corte do que as fibras esticarem. Ao fim de alguns anos fibras demasiado esticadas rompem e dão-se os conhecidos casos de incontinência urinária, entre outras coisas. No entanto, no caso de segundo filho já nem sempre se faz episio exactamente porque as fibras já estão mais larguinhas...
Gostava de ter permanentemente uma pessoa a apoiar-me, alguém que compreenda as minhas necessidades, que conheça todo o processo do parto, os seus procedimentos e me ajude a defender os meus interesses.
Preferia que fosse num local onde eu tenha um quarto só para mim, que o bebé esteja sempre comigo.
Preferia que não me colocassem cateter com soro e outras substâncias intravenosas (entre outras coisas as minhas veias entopem rapidamente e a mão e o braço ficam imediatamente muito inchados)
Gostava que não me impedissem de beber água e ingerir comidas leves (tipo uma torrada), caso tenha sede e fome.
Gostava de poder andar de um lado para o outro, tomar um banho, etc e não estar presa à cama, deitada e com um ctg permanente.
Gostava de conseguir aguentar as dores sem epidural, mas que exista a possibilidade de eu mudar de ideias e querer a epidural (dada aos 4 dedos dilatação)
Gostava que fossem feitos todos os possíveis para evitar a episiotomia.
Após o parto gostava de ter logo o bebé comigo e dar-lhe de mamar (antes de o levarem para lavar, vacinas, etc).
Gostava que a bolsa de águas rompesse naturalmente.
Indução, aumento e estimulação do parto devem ser reservados a casos de verdadeira necessidade médica (oxitocina, pictocina, rompimento da bolsa, etc).
Não cortem o cordão umbilical antes deste deixar de pulsar.
As visitas deverão ser conforme o desejo da mãe, só as pessoas que eu quiser ver, durante o tempo que eu as quiser ver, à hora que eu as queira ver.
Falámos com a médica sobre algumas destas coisas. Em relação a indução, rompimento de bolsa e episiotomia ela garantiu que são procedimentos feitos apenas em casos de necessidade médica. No entanto recusou-se a admitir que por vezes são feitos por norma e ainda acrescentou que no caso de primíparas a episiotomia é sempre efectuada*. (esperemos que a conversa seja diferente na CUF, mas duvido já que as duas médicas são da mesma geração e ex colegas).
Sobre o catéter com soro e o CTG é que a conversa foi muito deprimente. Eu compreendo os pontos de vista médicos, mas não consigo concordar em absoluto com eles.
Em relação ao soro os argumentos da médica são de que, caso aconteça alguma emergência deverá existir uma via aberta para ser mais simples, fácil e rápida a administração de qualquer substância por via intra-venosa. Diz ela que se a mulher estiver em choque é muito mais difícil encontrar a veia.
Agora pergunto eu: sabendo já por experiência que as minhas veias com catéter lá colocado entopem rapidamente, o que aconteceria se me pusessem um catéter no início do trabalho de parto e passado algumas horas algo corresse mal e tivessem realmente que utilizar o dito catéter para administração de qualquer substância e o encontrassem entupido? Será mais simples, fácil e rápido colocarem um catéter de raiz ou ter de andar a desentupir com soro ou até retirar um catéter entupido e colocar outro e procurar uma outra veia?
Sobre o CTG diz a médica que é norma colocarem as mulheres em trabalho de parto com CTG permanente. Ou seja, vais parir ficas aí quietinha, deitadinha, sem te mexeres, até a coisa evoluir. Como tal não podes andar de um lado para o outro para aliviar as dores e aproveitares a força da gravidade para que o trabalho de parto seja mais rápido.
Porquê o CTG permanente? Para monitorizar o estado do bebé.
Porque não CTG por X tempo de vez em quando? Tem de ser permanente. Porque acha que em Portugal temos a taxa mais baixa de mortalidade infantil?
Agora pergunto: Falaram-me que na MAC já têm um novo serviço XPTO que monitoriza centralmente todos os resultados de CTG das várias mulheres em trabalho de parto, mas certamente que isto não acontece em todo lado. Nos outros sítios a mulher está sozinha no quarto com o CTG ligado. Se realmente algo de grave se alterar no estado do bebé, acham que a mulher percebe e chama logo alguém?
* sempre efectuada porque pelos vistos será melhor um corte do que as fibras esticarem. Ao fim de alguns anos fibras demasiado esticadas rompem e dão-se os conhecidos casos de incontinência urinária, entre outras coisas. No entanto, no caso de segundo filho já nem sempre se faz episio exactamente porque as fibras já estão mais larguinhas...
Etiquetas: CTG, episiotomia, indução, parto, soro
posted by morgy at 1/22/2007 10:45:00 da manhã
17 Comments:
Pode ser que a maioria das coisas consigas...vais ver que corre tudo pelo melhor. parece-me bem que venhas descansar para casa....
Jocas grandes
epah, não percebo nada desta conversa :$
vou completamente ignorante :$
tatas, é capaz de ser melhor isso! :)
acredito mesmo que sim, estou mto zen, derivado à acupuntura :) e confio no soutôr, fará o melhor decerto :)
ainda assim, prefiro que me dêm um pequeno corte controlado do que correr o risco de me rasgar toda desmedidademente, confesso.
Não deve ser fácil ser teu médico. Normalmente comento quando discordo das coisas e neste caso, se me permites, acho que o nascimento de um filho, não obstante toda a magia que envolve para a mãe, não deixa de ser um acto médico. Como tal, sou da opinião que devemos confiar nos nossos médicos. Da mesma forma que não opinamos sobre o tipo de intervenção que um médico tem no caso de sofrermos de uma apendicite, no caso do parto, sempre digo que devemos deixar ao critério do médico o que é melhor para nós mas também para o bebé.
Sara, eu acho que devemos saber o que nos fazem, até porque, uma coisa é confiares no teu médico, outra é confiares em qualquer médico que te apareça à frente.
Que probabilidade achas que existe de ser o teu médico a fazer o teu parto? (assumindo que até vais ter o bebé num hospital em que o teu médico faça partos e que não tens uma indução ou cesariana previamente marcada)
Os médicos nem sempre têm razão, e às vezes também se enganam.
Quando estive internada acabaram por me dar anti-inflamatórios, eu não queria mas acabei por tomá-los.
E quando a minha médica soube disto não ficou nada satisfeita.
Percebo a tua preocupação e ninguém está isento de cometer erros. Por outro lado, a questão de não ser o nosso médico a fazer o parto também é importante. No meu caso, não será o meu obstetra mas um da confiança dele que irá (muito provavelmente) fazer-me a cesariana.
O que acho pelo que li do teu post é que queres ter parte activa no processo, o que é perfeitamente legítimo, mas daí até questionar por exemplo a continuidade do CTG ou a utilidade de uma episiotomia parece-me já ser invadir um campo que excede as tuas próprias competências e não digo isto no sentido ofensivo.
Acho que há questões em que os médicos deveriam ouvir mais a opinião do doente, mas há outras em que isso iria constituir um perigo grave, porque, por muito que uma futura mãe leia sobre gravidez e parto, não pode capacitá-la para o que realmente vai acontecer.
Se a minha mulher tivesse estado ligada a um CTG, talvez o meu filho fosse vivo hoje.
Essa do parto ser um acto médico é a maior barbaridade relacionada com a maternidade, que alguma vez li!!!
O parto é a coisa mais natural do mundo, e se calhar se as pessoas se informassem mais, aqui como a Morgy, não se davam à mercê dos médicos, com deuses que as pessoas pensam que são.
A grande maioria dos partos só tem a presença de um médico em certa parte do parto, logo não se trata de um acto médico, mas sim de algo natural, onde a presença de um médico serve apenas para ajudar ou poder actuar caso necessário.
Eu também espero ter o poder de decisão sobre todos estes assuntos, como em países mais humanizados, do que o nosso, acontece.
Na minha opinião o melhor mesmo é ficar em casa até ser quase a hora H.
Ficar no conforto do lar, dilatar em casa, poder tomar banho e comer... e acima de tudo estar à vontade com a coisa mais natural do mundo.
Não há qualquer necessidade de estar deitada numa cama a sofrer sozinha quando a grávida é que sabe como lhe apetece estar.
Desculpa pedro, mas a sensação com que fiquei do relato da Dee foi que o Alex já tinha morrido antes da indução.
Eu acho que deve haver monitorização do bebé, só não concordo que seja permanente.
Eu concordo com todos os procedimentos desde que sejam feitos na altura certa e por uma verdadeira razão clínica.
Se o meu bebé começar a ter um atraso de crescimento, ou perda de líquido ou outra razão válida qualquer, serei a primeira a pedir uma indução.
Mas não vou fazer indução porque o médico vai de férias...
Olá
Cara amiga, numa pesquisa no google descobri este blog e de facto devo esclarecer algumas coisas, esclarecer não seja a palavra certa mas trocarmos impressões...
Tenho 36 anos e tenho 2 lindas filhas uma com 14 anos e outra com quaze 11. Estou louca para engravidar de novo , pois é mas qualquer gravidez é uma benção e quaze que esqueço as dores etc etc.
Mas quanto á episiotomia de facto fizeram-me dos 2 partos, infelizmente no nosso país é quaze como um ritual. Mas até certa forma o que os médicos dizem é certo que será pior não fazê-lo?
Por vezes se não somos cortadas a pele rasga o que é bem pior a recuperação e a sutura nem sempre é bem feita. Eu fui cortada 2 vezes e das duas costuras fiquei ok!não se nota nada levei 6 e 3 pontos por isso tenha calma e o que tiver de ser será! A alegria de termos conosco um bébé nosso tão quentinho quando vem de dentro de nós, faz-nos esquecer TUDO! Tanto que espero já estar grávida! Boa sorte para o pequeno
Um beijo
Patrícia
Pois, Cláudia, foi precisamente isso que aconteceu... mas nunca desconfiámos que ele tinha um nó no cordão e talvez se fosse feito um CTG rotineiro nas últimas semanas de gravidez, teríamos descoberto.
Quanto à episiotomia, a única coisa que posso dizer é que rasgar e levar pontos por todo o lado... bom... não me pareceu assim muito simpático.
morgy, infelizmente, de tudo o que falaste, acho que só terás uma verdadeira palavra na parte das visitas; e aí, sim, deves ser tu a decidir quem vos vai vistar e quando!
relativamente à episiotomia...fizeram-ma das duas vezes. na última ouvi a médica dizer a uma colega que só a tinha feito por "precaução", ou seja: não havia necessidade! de qualquer modo, das duas vezes levei poucos pontos e sarei sem problemas.
enfim...
É bom ter conhecimento (ler e investigar certos assuntos) e não fechar os olhos a nada, Estar a par de tudo nunca fez mal a ninguém. Tem fé que tudo há-de correr da melhor forma para ti:)
Bj.
Charlotte***
Compreendo todas as tuas questões, mas francamente não abdicaria do CTG nem um segundo - sim! sabes ver se o bebé está bem ou não pelo CTG - basta perguntares qual o registo normal e "anormal".
Sobre andar de um lado para o outro, posso jurar a pés juntos que estava bem melhor deitada - lol. Caminhar era assim um esforço sobre-humano... Como o foi na hora de ir ao wc.
Não dão água ou qualquer alimento por uma razão óbvia - precaver a necessidade de uma intervenção de urgência. Sobre a episiotomia - acredita que é bem melhor do que rasgar...
Ao contrário do que se diz por aí, acredito que o parto é cada vez mais um acto médico e ainda bem. Evitam-se problemas e mortes - tanto do feto como da mãe. E o que no fundo se quer é um final feliz. Se os entretantos não são perfeitos? Acredita que no fim significam muito pouco.
Beijinhos e descansa - tudo correrá lindamente (sem torradas, mas lindamente)
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