Lilypie 1st Birthday Ticker

sábado, junho 09, 2007

Sobre a Paternidade



O primeiro mês foi sem dúvida maravilhoso. Uma vez que tive o privilégio de o poder passar em exclusivo com o eles os dois. Nas primeiras 3 semanas fiz tudo. Não estou a exagerar, fiz tudo menos dar de mamar. Dei banho troquei todas as fraldas menos a primeira de todas... Mas vamos começar do início...

Noite de 24 para 25:


Deixei-me dormir a ver televisão. Adormeci por volta das 4h00 para ser acordado por volta das 5h30 por ela a dizer que lhe tinham rebentado as àguas. Como qualquer pai a minha resposta foi: "Estás a brincar?". O Espanto inicial foi substituido por uma certa alegria por FINALMENTE a peste vir cá para fora. Ela disse que ainda ia tentar dormir mas a excitação era grande e foi apenas tomar um duche. Pensei também em dormir um pouco mas também eu fui assolado pela excitação pré-paterna e dei por mim a preparar as coisas e a colocá-las no carro para ir para o hospital e a dar comida aos gatos enquanto dava os parabéns ao Lyra que fazia nesse mesmo dia 1 ano de vida.
Chegamos às 07h11 como o ticket do parque indica (voltarei ainda a falar deste ticket). Ás 08h00 já estávamos no quarto à espera da criança. 8 horas passadas com dores, contracções e overdose de oxitocina; quando a Ali-Bábá diz a palavra mágica: "I want drugs". Fui corrido pelo anestesista para a encontrar pouco depois com o melhor sorriso desde antes da gravidez. Drogas são porreiras! Pelo meio de tudo isto recebo os telefonemas da praxe das avós-to-be em que desculpei a ausência dela à mãe dela com um simples ela está a tomar banho (verdade - tinham rebentado as àguas e ela estava toda "lavada") e à minha mãe disse-lhe apenas que ìamos hoje às compras (verdade também - tínhamos pensado em ir nesse dia feriado às compras). Basicamente menti-lhes com quantos dentes tinha e não me arrependo uma vez que elas faziam questão de ligar TODOS os dias na esperança de nos apanharem em trabalho de parto. Tudo porque lhes avisamos previamente que só iríamos ligar depois de a peste estar cá fora, para muito descontentamento delas.

17h50: A Médica constatou que depois de 10 horas de trabalho de parto ela apenas passou de 1 dedo de dilatação para 2 dedos (eram necessários 10!). Cesariana.


18h00: Levam-na para o bloco de partos onde me dizem que a anestesia demorava 20 minutos a fazer efeito pelo que eu podia ir dar uma volta. Fui lanchar. Não sabia quando voltaria a poder comer pelo que fui ler o jornal na cantina.


18h15: Fui para o Berçario onde 5 minutos depois veio uma auxiliar minorca dar-me os parabéns. Mais 5 minutos volvidos e vejo pela primeira vez a criatura que me mudou a vida. Calminho, pequenino e eu com receio de lhe pegar ao colo.


18h30: Família reunida. Com mais ou menos problemas, mas nada de novo a contar que ela já não tivesse contado.
Adormeci por volta das 23h00 cansado. Fui acordado algures de noite por ela a perguntar-me se eu queria mudar a fralda. Eu cheio de sono à espera de um cagalhão que se visse deparo com um caramelo preto. Disse-lhe claramente: "ESTA muda tu que eu não consigo". Foi a única fralda que me recusei a mudar como seria de esperar. Afinal, se eu limpo o rabiosque dos meus outros dois "filhos" peludos, não haveria de mudar da minha mais recente pestezinha? Antes dessa noite ainda tive oportunidade de ligar às avós em horário propositadamente escolhido para que não houvesse tentações de visitas nesse mesmo dia. Começou aqui a nova alcunha das avós - As Bruxas.

Dia 26
Visitas que não tinhamos pedido surgem. O dia perfeitamente normal de uma criança de 1 dia e de pais de 1 dia também. Centenas de SMS's enviados e recebidos. Saí no final desse dia depois de pagar pelo ticket de estacionamento 11,40 euros. No feriado nada se pagava, mas o dia 26 esqueci-me e o carro pagou um dia inteiro. Ainda antes disso a novidade da criança ainda afectou alguns ânimos. Uma das avós fez um comentário que em outro dia qualquer seria perfeitamente inócuo mas que dada a circunstância ainda fez a recém-mamã verter algumas lágrimas. Foi aqui que começo a minha versão "paninhos quentes". A outra avó depois de um par de meses antes ter-se queixado da minha avó insistir em pegar o meu irmão ao colo com 4 meses, e ele durante os dias seguintes chorou com sonos desregulados. Acreditam que a primeira coisa que essa avó disse quando viu a criança a dormir foi: "Posso pegar-lhe?". Resposta pronta: "Não!" Fui dormir a casa onde alimentei gatos de comida e mimos e escrevi aqui a novidade natalícia. Pouco dormi.

Dia 27
A mãe não dormiu quase nada. A criança precisou de consolo constante durante a noite, obrigando-a a pedir uma chucha que não queríamos usar. A Avó anteriormente referida falou comigo ao telefone efectuando mais alguns comentários que embora pacíficos para mim, se ela os ouvisse a reacção seria semelhante à do dia anterior. Disse à recem-mamã que ia falar qualquer coisa com a enfermeira e pirei-me para telefonar à avó. Acabei por dizer às 2 avós de uma forma muito sucinta que quando viesse fazer visitas vinham lá só para ver e ouvir. Mais nada. Comentários ficavam lá fora. Ali dentro era só para ver e ouvir.

Dia 28
Regresso a casa. Avisamos que no fim-de-semana não queríamos visitas e cumpriram. Correu muito bem. Estivemos bem organizados e demos conta do recado sozinhos. Ela no sábado não saiu do quarto. Saía da cama para a cadeira de amamentação ou para a casa de banho apenas. No Domingo obriguei-a a sair do quarto. Disse-lhe para ir ler os blogs à net, mas ela disse que não dava para levar o berço para escritório. Lembrei-a da alcofa portátil e lá foi... consegui tirá-la do quarto.

3 semanas seguintes
Tudo fiz menos dar de mamar. Gostei muito e cada vez que tinha de me ausentar era atacado por saudades da nossa pestezinha. Considerando a quantidade de fraldas que troquei acho que tive muita sorte. Apenas fui presenteado com 2 chichis de mangueira à solta prontamente debelados e um cocó "sui generis". Tinha ele o rabiosque assado e uns pedaços de cocó secos quando peço a ela para acender a luz de cima... pego noutra toalhita e nesse intervalo ele desata a borrar-se todo para o chão para o trocador. Pensamento rápido e coloquei a minha mão à frente do rabiosque dele para acabar com o espalhar desenfreado de fezes. Depois de tudo terminado limpo tudo e reparo que para juntar à festa, a peste ainda tinha mijado a própria cara... Tudo porque demorei mais tempo que o normal. Habitualmente mudo uma fralda (com despir e vestir roupa, cremes e toalhitas incluído) em menos de um minuto.

4ª semana
Nada fiz. Propositadamente. Aproximava-se o dia que ela iria ficar sozinha e era necessário que ela ganhasse experiência no assunto. Ajudei sempre que me foi pedido no entanto.

De volta ao trabalho
Muitas saudades da peste pocaião que só faz pocaía. Cansado com falta de ritmo de trabalho. comecei a trabalhar em horário nocturno com as manhãs livres o que me permitiu ver os primeiros sorrisos dele (Ele só costuma estar bem disposto de manhã). No dia 1 de Junho, Após a mamada matinal ela deitou a criança como era habitual na cama entre nós os dois. Desta vez não acordei, e ele começou a fazer uns: "ah!" até eu acordar. Abro os olhos e digo "Olá bebé!" e ele ri-se de boca toda aberta... No dia seguinte, sábado, a mesma dose mas eu ao telefone com a minha mãe a contar-lhe o episódio do dia anterior e ela diz ao telefone: "Mas ainda é muito cedo para ele fazer esses sons. Normalmente..." O nosso filhote interrompeu-a com os seus sonoros "ah's" só que desta vez fez muitos seguidos mostrando à avó (que ouviu tudo pelo telefone) que ela estava enganada!

Hoje
Já segura muito bem a cabeça e tem muita força nos braços e pernas para orgulho babado dos papás. Anseio pela hora de chegar a casa para estar com eles...

Etiquetas: ,

10 Comments:

Blogger claudia said...

O Amor com que descreves todo este "episódio"é digno de se ler.

Bem hajas ,um beijo a toda a familia.

6/11/2007 02:20:00 da tarde  
Blogger rita said...

Tanta baba!!!!

Muitos parabéns, são uma linda familia!

Rita&Tiago

6/11/2007 02:42:00 da tarde  
Blogger Catarina Santos said...

que paizão!!

parabéns aos três...

6/11/2007 03:08:00 da tarde  
Blogger Sónia e MI said...

:)))
tenho tanta pena que o pai da Mi perca uma experiência única como esta e não possa nunva vir a escrever um pot como este. PARABÉNS!!!

6/11/2007 06:45:00 da tarde  
Blogger Eva Lima said...

A baba chega até aqui.... boa Paizão!

6/12/2007 01:01:00 da tarde  
Blogger Sofia Quintela said...

Que lindo... até emociona! ;)))

6/12/2007 04:50:00 da tarde  
Blogger )0( said...

Adorei ler a versão do Pai :)

Beijinhos para vocês

6/12/2007 11:24:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

não queres vir cá a casa ter uma conversa com este pai??

parabéns aos dois pela cria.
:)

6/13/2007 12:52:00 da manhã  
Blogger Mãe Pimpolha said...

Pelo que li, tenho a certeza que o Gabriel tem imensa sorte em ter um PAIZÂO! Nem todas as crianças têm tanto amor paterno, algumas nem materno, mas enfim! Parabéns por seres um pai presente!

6/15/2007 02:29:00 da tarde  
Blogger Eduarda said...

Excelente relato papá!!!
Parabéns!!!

Vou enviar para o meu "respectivo", a ver se ele aprende alguma coisa, principalmente no que diz respeito à atitude a ter com os avós!
Isto porque já estou a adivinhar que assim que o meu rebento nascer vou ser completamente "invadida", e espero que ele saiba prover pela nossa privacidade!

Adorei!

6/21/2007 01:29:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home